sexta-feira, 18 de março de 2016

O mosquito que incomoda muita gente.

Armadilhas, inseticidas, repelentes, garrafas de cabeça para baixo, vasos de planta com areia nos pratos, caixas d’água bem fechadas… A maioria das pessoas parece já saber o que é preciso fazer para evitar a picada e a multiplicação do Aedes aegypti, transmissor da dengue. Mas você sabe como o mosquito é capaz de levar o vírus de uma pessoa a outra?

Na verdade, são necessários três componentes em ação para que alguém seja contaminado e a doença se desenvolva: o vírus que causa a doença; a fêmea do Aedes aegypti, que é o mosquito transmissor do vírus (ou vetor) e uma pessoa que nunca teve contato com o tipo de vírus que está sendo transmitido pelo inseto para ser contaminada. Quando tudo isso se junta, é dengue na certa! Mas, vamos entender melhor…

A fêmea do mosquito da dengue vive até 30 dias. Para conseguir o sangue de que necessita para se alimentar e amadurecer seus ovos, ela tem, digamos, uma arma secreta. Sua saliva contém substâncias que funcionam como um anestésico, o que dificulta que a pessoa que está sendo picada perceba o inseto em ação (Foto: Genilton Vieira/IOC)

A fêmea do mosquito pica porque precisa do sangue para amadurecer seus ovos. Então, ao sugar o sangue de alguém com o vírus da dengue, o inseto é infectado. Dentro do mosquito (ou melhor, da “mosquita”!), o vírus segue diretamente para o seu estômago, onde fica de dez a 12 dias. Ali, ele se multiplica e se espalha pelo organismo do inseto, chegando às glândulas salivares. É aí que a fêmea do A. aegypti se torna transmissora (ou vetor) do vírus da dengue para outras pessoas que vier a picar, porque, antes de sugar o sangue, ela injeta um pouco de saliva, que se estiver contaminada…

Verdade seja dita: não é certo que a pessoa picada pela fêmea do A. aegypti desenvolverá a doença. Se a vítima do mosquito for alguém que nunca teve a dengue, a resposta é sim, ela adoecerá. Porém, existem quatro tipos de vírus da dengue, denominados 1, 2, 3 e 4. Uma pessoa que já teve dengue do tipo 1, por exemplo, torna-se imune a esse vírus, adoecendo apenas se for infectada com os tipos 2, 3 e 4. Quem já teve dengue dos tipos 1 e 3, por exemplo, adoecerá se for contaminada com os tipos 2 e 4, e por aí vai…

Como a fêmea do A. aegypti não apresenta carteira de identidade, tampouco anuncia com qual tipo de vírus ela está infectada, o que temos a fazer é nos proteger de todo e qualquer mosquito!

Fonte; http://chc.cienciahoje.uol.com.br/o-mosquito-que-incomoda-muita-gente/ 

quarta-feira, 9 de março de 2016

Estrelas que contam histórias

As Três Marias fazem parte de Órion e Sirius pertence a Cão Maior

Há muito tempo o ser humano estuda os mistérios do céu. Mesmo antes de existirem os modernos telescópios e outros aparelhos que auxiliam os astrônomos atuais, os povos antigos já voltavam os seus olhos para as estrelas. Então, que tal fazer como eles? 

O caçador e o guardião

Já ouviu falar da constelação de Órion? Se não, com certeza as Três Marias são familiares para você! Pois saiba que essas três estrelas juntinhas umas das outras fazem parte de Órion. Na mitologia greco-romana, esse é o nome de um caçador que, após sua morte, foi colocado no céu em forma de constelação pelo deus Zeus.
Perto de Órion, há uma outra constelação que você também pode observar: Cão Maior. Consegue maginar por que ela tem esse nome? Para os gregos e romanos, o Cão Maior era o guardião de Órion: um cão de guarda. Por sua vez, Orion caça o Touro e o Leão, outros conjuntos de estrelas que ficam bem próximos dele no céu!
“Os nomes das constelações estão associados a mitos, lendas e costumes das sociedades”, explica o astrônomo Paulo Cesar Pereira, da Fundação Planetário do Rio de Janeiro. “Tanto que diversas culturas criaram sistemas próprios de constelações, como os chineses e os índios brasileiros.”

O Cruzeiro do Sul ajudava os navegadores do século 16 a se orientar durante as suas viagens .

Pequena gigante

Mas as estrelas não servem somente para marcar o tempo. Quem mostra isso é outra constelação bastante conhecida, o Cruzeiro do Sul. Ela foi muito importante no tempo das grandes navegações, no século 16, em que os europeus saíram em busca de novas terras e chegaram a lugares como o Brasil. Sabe por quê?

Ao olhar para essa constelação em forma de cruz, que só pode ser vista no hemisfério Sul, os navegadores conseguiam localizar… a direção Sul! “Se prolongarmos o braço maior da cruz quatro vezes no sentido cabeça-base da cruz, encontramos o pólo Sul celeste. Caso tracemos uma linha vertical a partir dele até o chão, achamos o ponto cardeal Sul”, explica Paulo Cesar Pereira. Apesar de ser a menor das 88 constelações que podem ser vistas da Terra, o Cruzeiro do Sul teve uma importância enorme na história das navegações.

Embarque nessa viagem.

Depois de aprender tanto sobre as constelações, que tal vê-las com seus próprios olhos? Até meados de abril, a partir do início da noite, a diversão pode começar! Estenda seu braço direito para o Oeste, que é onde o Sol se põe. Fazendo isso, você estará olhando para o Sul. Nessa direção encontra-se o Cruzeiro do Sul.
Quer ver Órion e Cão Maior? Então, olhe para cima, pois essas constelações estarão bem altas no céu. Localize, primeiro, as Três Marias, que são muito fáceis de achar e ficam na constelação de Órion. Perto delas estará Sirius, uma das estrelas de Cão Maior. Para encerrar, procure por Touro.

 Essa constelação encontra-se, no começo da noite, mais para o poente, no lado oposto a Sirius. Dela faz parte um grupo de estrelas que tem o aspecto da letra V (veja a primeira figura deste texto).
Pronto! Você acaba de contemplar o céu como os gregos e os romanos na Antiguidade, assim como os europeus no século 16. Parabéns!

Calendário estelar

Já que falamos do Cão Maior, vale a pena lembrar que, nessa constelação, fica a estrela mais brilhante do céu: Sirius! “Esse astro era usado como um marcador de tempo pelos egípcios e servia para identificar a chegada da cheia do Rio Nilo”, conta Paulo Cesar Pereira. “A cheia era uma época de fertilidade do solo e abundância de peixes para aquele povo que vivia no deserto.”

Mas como as estrelas ajudavam a marcar o tempo? Elas podiam ser usadas para isso porque têm um movimento aparente durante a noite e ao longo do ano. “Esse movimento é chamado aparente porque, na verdade, quem se move é a Terra”, conta Paulo Cesar Pereira. No passado, era comum usar essa movimentação para medir a passagem do tempo. Afinal, uma estrela como Sirius parece ocupar posições diferentes ao longo da noite e também durante o ano inteiro.

Fonte: http://chc.cienciahoje.uol.com.br/estrelas-que-contam-historias/